Empresa Familiar na Governança Corporativa

A participação de empresas familiares corresponde a uma taxa de 90% dos empreendimentos no Brasil. Com isso, não é difícil perceber a importância desse modelo de negócio para a economia brasileira. 

Por outro lado, ainda há inúmeros desafios a serem superados no que se refere às boas práticas da Governança Corporativa (GC) na empresa familiar. Portanto, se quer saber como manter o negócio vivo mesmo após décadas de existência, continue a leitura!
 

Governança Corporativa nas empresas familiares

De modo geral, uma empresa familiar não está preocupada com a profissionalização da gestão, uma vez que são frequentemente conduzidas com certo nível de informalidade. Diante deste cenário, a Governança Corporativa é quase sempre deixada de lado, embora seja essencial para o crescimento de qualquer empresa.

Esse conjunto de boas práticas da gestão de um negócio pode minimizar inúmeros problemas sistêmicos, quando se trata de empresas familiares. Dentre os desafios mais comuns, se destacam, por exemplo, o aumento de conflitos internos, desmotivação dos colaboradores e até mesmo a falta de mecanismos de responsabilidade, que minam o crescimento da organização.

Por outro lado, a implementação de um sistema de governança neste tipo de empresa inclui vantagens como:
  • Criação de uma política de conflito de interesses;
  • Desenvolvimento de um olhar crítico sobre demonstrativos financeiros;
  • Instituição de relações transparentes entre a empresa e seus parceiros de negócio;
  • Estabelecimento de mecanismos de discussões relevantes para a condução da empresa;
  • Maior zelo em relação a prestação de contas e transparência na divulgação de informações, etc.
 

Profissionalização da gestão e a Governança Corporativa

Por se tratar de um negócio em que as divisões de papéis nem sempre são muito bem definidas, a estrutura de empresas familiares é quase sempre muito complexa. Nesse sentido, a Governança Corporativa pode trazer vantagens interessantes, já que permite uma melhor distinção entre os papéis de propriedade e gestão do negócio.

Enquanto há de um lado um indivíduo que herda o “controle” do negócio em razão do direito de propriedade, por outro, a sua participação na gestão do negócio nem sempre é necessária. Isso, pois, a governança estabelece normas em relação à constituição do quadro diretivo das empresas, além da composição dos demais colaboradores.

Outro aspecto importante em relação a Governança Corporativa passa justamente pelo fato de que se aplica maior transparência à gestão. Assim sendo, as informalidades que eventualmente venham existir na empresa familiar devem ser extirpadas, especialmente quando se trata de assuntos relacionados ao balanço patrimonial e financeiro do negócio.
 

Aplicação da Governança Corporativa em empresas familiares

Colocar em prática os pilares de uma governança em empresas familiares depende da observação de importantes aspectos. Conforme estabelecido pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, a estrutura básica para implementação da GC em empresas familiares é a seguinte:
  • Assembleia Familiar: conferência no qual se discutem as regras estabelecidas em relação à participação dos familiares na estrutura do negócio. De caráter informativo, orientativo e/ou deliberativo, deve envolver todos os membros da família e agregados;
  • Conselho de Família: departamento cuja responsabilidade é tratar dos assuntos de caráter familiar, separando-os de temas relativos à organização. Sua proposta é, portanto, impedir que ações externas possam interferir no desenvolvimento da empresa;
  • Family Office: estrutura na qual se pode apoiar a governança familiar, bem como executar tarefas destinadas aos familiares. Se submete ao conselho de família e possui uma atuação mais “operacional”. Pode ou não ser formado por parentes;
  • Comitê de Sócios: órgão responsável por discussões de assuntos particularmente societários ou, ainda, que se relacionem especificamente aos sócios. Basicamente, a este comitê atribui-se o papel de preparação, orientação e atuação nas assembleias gerais da organização;
  • Conselho de Administração: diferentemente de outras estruturas, a Governança Corporativa em empresas familiares conta com um conselho administrativo cuja função principal é organizar os assuntos da família e da empresa, juntamente com o conselho de família e/ou o comitê de sócios.

Concluindo, tal como ocorre em qualquer outro tipo de negócio, empresas familiares devem empregar os conceitos básicos da governança, a fim de garantir que os objetivos organizacionais sejam atingidos. Quando há laços de sangue envolvidos, tal fator é ainda mais relevante, já que, neste caso, o controle deve ser mais rigoroso, se comparado às demais empresas.

O que achou deste artigo? Gostou das informações que compartilhamos? Se resta alguma dúvida, basta nos enviar seu comentário ou, ainda, compartilhá-lo em suas redes sociais. Assim, outras pessoas também poderão se informar melhor sobre o tema.